domingo, 2 de agosto de 2009

Manifesto da Mulher e da Camiseta

Muita gente tem me perguntado sobre o Manifesto da Mulher e da Camiseta, o texto que a Maite Schneider interpretou na abertura do desfile de inverno da Heroína.
Segue o texto abaixo.



MANIFESTO DA MULHER E DA CAMISETA
texto de Alexandre Linhares, interpretado por Maite Schneider na abertura do desfile de inverno "Heroínas Aladas" da Heroína, no Hacienda Café, dia 02/05/09
O que eu queria deixar claro, e questionar, e salientar, e acima de tudo lembrar, é o que existe de mais íntimo entre uma peça de roupa e uma pessoa. Seja ela o que for, sinta ela o que sentir, viva ela o que viver. Ela é, ela sente, ela vive. Só ela e apenas ela. Como ela é, como ela se sente, como ela se veste.
O que eu visto representa em mim o que eu sou, o que eu acredito, o que eu sinto.
Me pergunto: Até quando?
E eu me respondo: Até quando eu precise ser.
A minha fome, a minha sede, os meus desejos estão no meu decote. Na minha fenda. Na minha face. Até na minha cabeça e nas minhas orelhas e na minha boca e em mim e em você.
O nosso orgulho, a nossa sensibilidade, o nosso corpo. O nosso orgulho e o nosso corpo.
Embora não me sinta "adequada", uma camiseta sempre vai bem. Ela é uma parede branca, uma cara lavada, um cabelo acordado, que recebe o que quer que se coloque nela. Ideologias, partidos políticos, candidatos políticos, a minha política, a sua raiva, a piada dele, o amor da vida dela. A campanha do leito materno, do câncer de mama, da mulher.Uma camiseta entende uma mulher, uma camiseta é uma arma na mão do homem.
Quando eu visto uma camiseta eu rejeito a sua realidade e a substituo pela minha.
A moda permite que você se enquadre, que você se camufle, que você se esconda e que você se adapte.
A roupa que você veste abre portas. Faz com que você se sinta admirada, faz com que você se sinta amada, faz com que você se sinta desejada.
Va aonde você quiser ir.
Faça o que você quiser fazer.
Agora, eu só quero voar_______

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