terça-feira, 18 de maio de 2010

carcaça


me escondi atrás do caminhão para fotografar e lembrei de quando eu era boi e corria no pasto. num segundo me lembrei da samambaia que fica debaixo do divã e sai correndo me abraçar quando eu entro em casa. não sabia por quem deveria me importar - se pela carcaça carregada, no ombro, em uma esquina no centro da cidade ou se pelo ombro que carregava uma carcaça no centro da cidade. penso que talvez seja por isso que estamos nessa sociedade, um povo que teme a própria sombra, que se tranca dentro de casa como que se punindo por um medo de alguma coisa que nem ele sabe bem o que é. é assim o que comemos e somos o que comemos. a pouco mais de 50 metros dalí têm gente usando o que está sendo vendido a menos de 30. quase do lado tem alguém vendendo o que tem para poder comprar. tem gente se usando e gente se deixando ser usada.
a carne mais barata do mercado é a carne negra.

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