por Bruno Vecchiato
A moda masculina vem cada vez
mais ficando espaçosa e deixando de lado os tabus sobre preconceito dos homens
que se interessam por ela. Podemos afirmar que os tempos atuais estão
favoráveis para nós, homens que se preocupam com a imagem pessoal, seja em um
ambiente familiar, de trabalho ou até “jogatina”. Nada mais é desculpa para não
se preocupar ao se vestir, e os investimentos são bem visíveis. Grandes
editoras por exemplo, vêm investindo revistas de lifestyle e guias de estilo, e na rede, sites e blogs explodem com diversas dicas
para amparar esse homem faminto de informação.
Os agradecimentos vão para Beau Brummell e Oscar Wild pela força durante os velhos tempos dos dândis. Sem eles as coisas
seriam um tanto diferentes (não muito, porque daríamos um jeito). Como grandes
influências e seguidores fiéis do bem estar masculino e do bom gosto, ao saírem
de casa sempre elegantes, os dandis cravaram na sociedade que os homens também
tem o felling para se vestirem bem.
Bem mais do que a imagem
pessoal, hoje o mercado vem se adaptando rapidamente para abraçar esse cara,
que além de moda procura também consumir tecnologia, automóveis e imóveis de
primeira linha. Tudo está voltado para o esse homem transitório, que passou da
fase "estou bem assim" para "posso ficar ainda melhor".

Vamos às perguntas
Navy Blue Closet: Reflexo da demanda no consumo, quebras e firmamentos
da economia e as mudanças climáticas descontroladas do nosso planeta: tudo é
motivo para "adaptações" de vestuário. Com o seu olhar criativo você
encaixa esses acontecimentos em uma coleção? Como?
Alexandre Linhares: Numa coleção não procuro incluir nenhuma dessas
questões. Meu processo é interno, é uma poesia. Não me preocupo se é uma
questão global, se é tendência, nada disso. Falo sobre o que pensa meu coração.
As mudanças e adaptações são tratadas num outro braço da Heroína, customizações
NVBC: Qual
o perfil do consumidor da marca?
Alexandre Linhares: 70% mulheres e 30% homens. São pessoas que não estão
satisfeitas com as coisas como elas são. Não seguem o fluxo
NVBC: Quais são as suas maiores influencia
durante o processo criativo?
Alexandre Linhares: Começo com uma história, em seguida uma personagem e
visto essa personagem. Acaba que o processo é seu próprio fio condutor. Me
deixo levar pela emoção e pelo acaso e me interno num caso. Claro que a
identidade da marca é intocável, e existem temas recorrentes. O questionamento
social é recorrente. O pensamento humano é recorrente.
NVBC: Uma música que não sai da sua playlist por nada.
Alexandre Linhares: Tudo sai... preciso sempre de coisa nova tocando
NVBC: Uma
citação que você leva como um mantra.
Alexandre Linhares: Ando pensando numa frase que ouvi a Bethânia dizendo
num show que fala da “vontade de estar perto se longe, ou de estar mais perto
se perto”
NVBC: O homem vem se mostrando um exigente
consumidor de moda. Para você, criado e investidor, isso se tornou um desafio
ou apenas mais um "prato na mesa"?
Alexandre Linhares: Na minha opinião, o homem sempre foi consumidor de
moda. O maior desafio é mostrar a ele que a moda não se resume ao pensamento
comum. A moda é ele quem faz – não precisa ter limites, não precisa aceitar o
que ninguém fala, não precisa ter regra, não precisa “precisar”. É isso que eu
falo na coleção atual, essa é a trilha do desfile: youtube.
NVBC: Ainda
tem muitos caras que gostam de moda mas tem um certo receio ou insegurança.
Como e por onde eles devem começar?
Alexandre Linhares: Ele só tem que ser ele mesmo, usar o que quiser usar,
da maneira que quiser usar. A única coisa que ele não deve fazer é ouvir alguém
que diz como ele deve se “vestir”.
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Alexandre no final do seu desfile no Paraná Business Collection Verão 2013 |
Para saber mais sobre o trabalho de Alexandre e sobre a marca Heroína acesse
atelier-heroina.blogspot.com.br, aqui você encontrará todos os trabalhos e também ficará por dentro do que rola em seu atelier.
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