Não
se saber quem foi o designer da camisa de força, aquela que manietava
pacientes de hospício e que, na era vitoriana, foi instrumento de
tortura. Mas a vestimenta de triste lembrança tem alegre noite de
passarela, neste sábado 30, no desfile de Alexandre Linhares no 6°
Paraná Business Collection. E cada cadeira da platéia estará uma gravura
numerada, alusiva ao tema, feita pelo próprio estilista que comanda a
marca Heroína. As estampas da coleção também foram feitas por ele, “a
partir de imagens anônimas, de criações abstratas, de expressões
veladas, com contribuição da fotógrafa Gio Soifer”.
“Nós não acreditamos em limites. Limite é a fronteira máxima que o
outro teve coragem de ir. O nosso propósito é ir além”, justifica
Alexandre a propósito do tema da coleção, afinal, camisa de força
paralisa os movimentos, impede qualquer transgressão, segura as
fronteiras. A idéia vem sendo estudada, revela ele, “há dois anos, numa
gestação difícil e atormentadora. E ela é pura”.
O estilista conta com Thifany nos bordados de todas as peças, com
as jóias do designer Rodrigo Alarcón, sapatos da loja Estilo Próprio
Calçados, trilha sonora, gravada nos estúdios da UGCine, musicada por
César Munhoz. “Talvez, essa trilha seja a música mais incrível que eu já
ouvi, desde Carcará”, diz Alexandre, fã de Maria Bethânia.
O PBC, realizado pelo Conselho Setorial da Indústria do Vestuário e
Têxtil do Paraná da Fiep e Sebrae-PR, termina neste sábado. O desfile
da Heroína será com os dez jovens mas já estabelecidos criadores do
Paraná, o projeto Ideia Nova. Neste sábado, o apagar das luzes do evento
registra ainda o desfile dos doze finalistas do Prêmio João Turin.
Para ler a matéria original da Adélia Maria Lopes publicada no Indústria e Comércio, clique aqui:
Nenhum comentário:
Postar um comentário